terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Devagar: crianças (Por Ligia Moreiras Sena)

Podemos estar esquecendo de ensiná-las que nem sempre ausência de atividade é sinônimo de tédio e que, muitas vezes, tédio é apenas falta de um olhar acolhedor sobre o descanso, sobre momentos de tranquilidade em meio à tão conhecida agitação.


O ano corre, as tarefas do mundo adulto se sobrepõem, se acumulam, nos sobrecarregam e a chegada dessa época do ano traz junto a sensação de que "ufa, enfim será possível relaxar", mesmo que por poucos dias.

Fazemos planos de andar pela casa de pijama, ou de deixar o celular no mudo, ou de não responder aos e-mails, ou de acordar bem cedo apenas para saborear lentamente um cafezinho bem passado, ou de dormir até meio-dia, ou qualquer outra coisa que, para cada um de nós, represente um momento de pausa em meio a tantos compromissos, que devoram nosso tempo, engolem nossa energia e nos levam muitas vezes à beira da exaustão, física, mental e emocional.

Nessa correria - e na pausa dela, que as festas representam para muitos de nós - acabamos esquecendo que as crianças também podem estar exaustas. Muitas vezes achamos que, por serem crianças, não se preocupam com nada, não se cansam com tanta facilidade, têm toda a energia do mundo e não precisam de tanto descanso assim, já que não têm "compromissos sérios" ou "grandes responsabilidades".

Mas isso é um grande erro, fruto do "adultismo", um jeito de ver o mundo que supervaloriza o adulto em detrimento das crianças, que as considera menos capazes de decisões sobre si, ou menos conscientes do que se passa à sua volta, ou menos envolvidas na rotina por vezes massacrante de suas famílias, um jeito de ver o mundo que as oprime e as secundariza na ordem do dia.

É o adultismo, inclusive, que faz com que muitas famílias criem para suas crianças uma agenda de compromissos quase desumana, a fim de que desenvolvam habilidades, responsabilidades, organização, foco, meta. Isso tudo com 3, 4, 5, 6 aninhos, ou mais. É claro que esses pais e mães acreditam verdadeiramente que, agindo assim, estão fazendo o melhor para elas, proporcionando experiências ricas, que farão a diferença no futuro e trarão melhores oportunidades.

Então as matriculam na escola tradicional, e na aula de inglês, no judô, no balé, na musicalização, na ginástica olímpica, no piano e em mais uma infinidade de tarefas e compromissos.

Mas a ausência de tais compromissos excessivos também não é sinônimo de vida infantil tranquila e sem cansaços. Crianças que não seguem uma agenda corrida ou extremamente exigente, que podem levar a vida com mais flexibilidade, que não estão inseridas em rotinas tão rígidas, também podem estar bastante cansadas. Isso porque existe um tipo de exaustão tão ou mais importante que a física: a emocional.

Engana-se quem pensa que uma criança estará sempre protegida contra as intempéries ou mudanças vividas por sua família, ainda que a família se esforce muito para protegê-la. Crianças sentem tudo. Podem não saber os detalhes das situações, mas sentem exatamente que algo está acontecendo. Sentem a tensão, vivem a dúvida, sentem o que seus pais e mães também estão sentindo.

E isso não é algo de todo ruim não, pois mostra que a criança é membro ativo e participante daquela dinâmica familiar, que não é apenas um figurante, e que as decisões tomadas também passam por elas - e muitas vezes são pensadas e tomadas justamente em função delas. Mas sempre é importante lembrar: crianças sentem e vivem o que seus pais e mães estão sentindo e vivendo, estão vinculadas a eles - pelo menos espera-se que estejam, e de maneira positiva...-, sentem suas alegrias e angústias, preocupam-se com eles.

Então chegam as férias e festas de fim de ano, que para tantos é sinônimo de brincar, de se divertir, de estímulo, aventura e descoberta. Algumas famílias chegam a planejar dezenas de atividades divertidas e estimulantes para entreter seus filhos. E começa a corrida contra o "tédio infantil". Corra. Brinque. Divirta-se. Chame seu vizinho para jogar bola com você. Vamos para a colônia de férias. Invente novas brincadeiras. Não desperdice seu tempo e seu verão dormindo. Não fique aí parado. Vá andar de bicicleta. Vá jogar seu novo jogo eletrônico, ou testar um novo equipamento. Faça alguma coisa para se divertir. Mantenha-se ativo.

Mas essa associação quase obrigatória entre criança e estímulos - quando acreditamos que é preciso estimular as crianças cada vez mais para que tenham seu tempo preenchido - pode não ser tão positiva quanto se pensa. Podemos estar atropelando as crianças. Podemos estar sobrecarregando quem também precisa descansar.

Podemos estar esquecendo de ensiná-las que nem sempre ausência de atividade é sinônimo de tédio e que, muitas vezes, tédio é apenas falta de um olhar acolhedor sobre o descanso, sobre momentos de tranquilidade em meio à tão conhecida agitação.

Crianças precisam descansar. Física e mentalmente também, mas principalmente emocionalmente. E as férias são ótimos momentos para isso. Elas precisam ficar sem fazer nada. E entenda que o "nada" aqui não tem a conotação de "ficar parada em frente à tv, computador ou qualquer outro eletrônico". Tem, isso sim, conotação de CONTEMPLAÇÃO. Contemplação, descanso, relaxamento, tranquilidade. Dormir o quanto quiser. Proporcionar conversas tranquilas e agradáveis com elas. Preparar um café da manhã com calma, paz e tranquilidade, junto com elas. Não soterrá-las em brinquedos mil. Curtir uma preguicinha juntos. Contar histórias "de cabeça", inventar algumas, e não apenas seguir roteiros prontos ou livros de histórias. Observar o mundo ao redor. Calmamente.

É preciso ensinar as crianças a valorizarem seu tempo livre, seu tempo ocioso. E mostrar que é também na ausência de atividades que elas podem se conhecer melhor, se observar, entrar em contato com elas mesmas.

Crianças são esponjas humanas. Absorvem tudo ao seu redor, inclusive durante momentos de tensão ou de dificuldades. Elas também se sobressaltam. Elas também ficam exaustas. Elas também precisam descansar, relaxar, contemplar, ficar de pernas e papo para o ar, ouvir o silêncio que vem de si mesmas e desenvolver uma boa relação com isso. Ensinar as crianças a bem acolherem seus silêncios internos, a bem se relacionarem com os momentos de ócio, é ensinar um futuro adulto que ele não precisa fugir de si ou ter medo de estar sozinho. Que calmaria não significa ausência. Que não é preciso ir atrás de pessoas e aventuras a todo custo. E que contemplação dá um significado ainda mais especial à vida.

Estou viajando com minha filha e assim ficaremos por mais alguns dias. Estamos hospedadas em um trailer pequeno e aconchegante. Trouxemos alguns poucos brinquedos, massas de modelar, um caderno de desenho, lápis, canetas e agora ela acaba de ganhar uma bicicleta. Não temos horários para nada. Acordamos quando os olhos se abrem. Dormimos quando dá sono. E tenho observado atentamente seu comportamento. Ela desacelerou completamente, talvez que pelo simples fato de termos rompido a rotina. E olha que é uma criança sem agenda corrida, sem horários rígidos, e com uma rotina bastante flexível e amigável. Mas acontece que ela vive tudo o que eu vivo, sente o que eu sinto, é parte ativa e participante da família e minhas decisões sempre a envolvem de maneira decisiva. E assim, estando tão fortemente vinculada a mim, pode sentir o que sinto, viver o que vivo, ainda que em grau diferente.

Ontem, quando estávamos deitadas descansando, eu contando para ela, no aconchego do trailer, uma história de uma personagem que criei há um certo tempo e que a acompanha em seu crescimento, ela se levantou, olhou para mim e disse:

- Mamãe, estou adorando essa viagem...
Mostrei-me feliz, disse que também estava amando viajar com ela e perguntei do quê ela estava gostando mais.
- Ah, mamãe... Estou gostando que aqui as coisas não acontecem o tempo todo.
Surpresa com a resposta, pedi que me explicasse melhor o que estava sentindo.
- É que lá em casa a gente fica fazendo, fazendo, pensando, pensando. As coisas ficam acontecendo o tempo todo. É isso, é aquilo. Muita coisa acontecendo. A gente fica feliz, depois fica triste, e depois tem correria. E as coisas não param de acontecer. Aqui a gente pode ficar de preguicinha, e sempre juntas, e descansar muito. E as coisas não acontecem o tempo todo.
Perguntei:
- Você gosta quando as coisas não acontecem o tempo todo, filha?
- Sim, mamãe. Eu fico cansada quando você fica cansada. A gente tem que fazer férias sempre. Férias mesmo se a gente não for viajar. Pras coisas pararem de acontecer. Todo mundo tem que descansar. Criança também tem que descansar...

Nesse mundo tão corrido, não nos esqueçamos disso: crianças também precisam descansar. Precisam de ócio, de silêncio, de contemplação.

Ensinar, ainda na infância, que silêncio e solitude não são sinônimos de solidão e que calmaria nem sempre é tédio, é criar adultos que não sintam necessidade de buscar emoções a todo custo apenas para fugirem de si mesmos.

Estejamos atentos.
Onde houver criança, que possamos ir mais devagar.

Ligia Moreiras Sena é cientista. E mãe. Autora do blog "Cientista Que Virou Mãe" e do livro "Educar sem violência - criando filhos sem palmadas".

Disponível em: http://www.brasilpost.com.br/ligia-moreiras-sena/devagar-criancas_b_6384450.html

sábado, 27 de setembro de 2014

A primavera (Por Olavo Bilac)


Eu sou a primavera!
Está limpa a atmosfera,
E o sol brilha sem véu!
Todos os passarinhos
Já saem dos seus ninhos,
Voando pelo céu.
Há risos na cascata,
Nos lagos e na mata,
Na serra e no vergel:
Andam os beija-flores
Pousando sobre as flores,
Sugando-lhes o mel.
Dou vida aos verdes ramos,
Dou voz aos gaturamos
E paz aos corações;
Cubro as paredes de hera;
Eu sou a primavera,
A flor das estações!
Coro das quatro estações;
Cantemos! Fora a tristeza!
Saudemos a luz do dia:
Saudemos a natureza!
Já nos voltou a alegria!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Por que é tão difícil colocar limites no seu filho (Por Juliana Vines)

Os pequenos tiranos de hoje são resultado do encontro de duas gerações sem limites, diz Tania Zagury, mestre em educação e autora de “Limites Sem Trauma” (Record). 
“Quem está criando filhos agora são os que já tiveram liberdade na infância e estão frente a uma situação que não vivenciaram: os filhos deles também querem fazer de tudo. A liberdade da criança acaba tirando a dos pais.” 
Zagury fez um estudo com 160 famílias no início dos anos 1990, quando já identificava o surgimento da tirania infantil. “Os pais dos anos 1980 tinham sido criados de forma dominadora e queriam uma educação liberal.” 
Entre os anos 1970 e 1980 a criança se tornou ator da história, segundo Mary Del Priore, organizadora do livro “História das Crianças no Brasil” (Contexto). A tendência começou depois da Segunda Guerra. Ao mesmo tempo, surgiram leis de proteção à infância, jovens ganharam visibilidade no cinema e na publicidade e as famílias diminuíram. 
“A mulher [que trabalha fora e começa a tomar pílula] passa a querer ter menos filhos para criá-los bem. E a criança ganha lugar como consumidora. Há uma transformação no papel dos pais”, afirma a historiadora. 

CRISE DE AUTORIDADE 

O problema é que a balança foi toda para o outro lado: da rigidez à frouxidão, analisa o psicanalista Renato Mezan, professor da PUC-SP. “Por um lado, é um avanço social, há mais diálogo na família e mais decisões consensuais. Mas, por outro, os pais têm medo de exercer a autoridade legítima. É uma crise de 
autoridade generalizada.” 
Há também uma inversão de papeis, segundo a pedagoga Adriana Friedmann, doutora em antropologia e coordenadora do Nepsid (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Simbolismo, Infância e Desenvolvimento). 
“Há uma ‘adultização’ precoce e, ao mesmo tempo, um prolongamento da infância”, diz. “Não dá para culpar só os pais. Todos são vítimas da tendência sociocultural. 
As crianças estão expostas a um grande número de estímulos e influências da mídia.” Para a psicanalista Marcia Neder, os pais se sentem obrigados a mimar os filhos e há muitas exigências em torno de um ideal da mãe perfeita. “Fica difícil dizer ‘não’em uma sociedade que trata a criança como um deus. O filhocentrismo. 

MAMÃE EU QUERO 
Encontrar o equilíbrio pode ser complicado quando a criança tem entre dois ou três anos, aponta Friedmann. “Elas estão na fase de se descobrirem como pessoas com identidade única. Nesse período, há uma necessidade da afirmação do eu, por isso experimentam um jogo de força com os adultos.”
É fundamental os pais terem clareza sobre quais regras vão impor aos filhos. Só assim conseguirão ser firmes. “Os limites devem ser colocados na primeira infância, quando se constroem as bases da personalidade”, acrescenta Friedmann. 
A psicopedagoga Maria Irene Maluf, membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia, lembra que regras dão segurança. “A opinião da criança não deve ser ignorada, mas ela não sabe escolher o que é melhor para ela. Ninguém nasce autônomo.” 
No fundo, mesmo os mais rebeldes gostam de saber até onde podem ir, complementa a também psicopedagoga Betina Serson. Para quem tem um déspota mirim em casa, ela recomenda começar a disciplina estabelecendo uma rotina, um ritmo. 
“A ideia de que colocar limites pode ser danoso à criança é errada”, afirma Mezan. Segundo ele, a inexistência de regras gera ansiedade dos dois lados. “Qualquer renúncia ao prazer imediato passa a ser vivida como uma frustração insuportável pela criança. Muitas vezes, porque seu desejo é logo satisfeito, ela acaba valorizando pouco o que tem”, afirma. 

Artigo extraído em: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/ (Biblioteca virtual da Antroposofia) 

domingo, 10 de agosto de 2014

Tempo de vento...

O vento



O vento faz coisas
Que a gente nem vê...
Salpica o chão
De flores de ipê

O vento balança
A trepadeira
A frutinha no galho,
A flor na roseira.

Balança a casa
Daquela andorinha
Agita a nuvem
Tão leve e branquinha.

Belém... Belém...
Balançou o sininho
E na água azul
Levou o barquinho.

E o vento sossega
Depois de brincar
Com os grãos da areia
Com as ondas do mar...

(Maria de Lourdes Serretti)


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Depoimento de Vó...

Compartilhamos estas palavras do coração, escritas por uma avó muito querida, logo após a Festa da Lanterna do Jardim Alecrim Recife...

Gratidão, vovó Marta!

Foto: Emiliano Dantas

Momento Mágico
(Marta Azambuja)

Um papel branquinho
De vermelho foi pintado
E com muito carinho
Lindamente decorado
Os corações vibrando
Na escola vão chegar
Gostosa mesa de frutas
Para compartilhar
Chegando o momento
Muita emoção no ar
Todos muito atentos
A peça vai começar
A menina da lanterna
Sapateiro, fiandeira
Sol, vento, estrelas
Uma raposa ligeira
Aparece um lindo urso
Grande e bem mansinho
Também vem participar
Um lindo porco-espinho
Alegria e gargalhadas
O menino e sua bola
Brinca, joga para o alto
Birrento e bem gabola
Linda música ao fundo
Uma voz de passarinho
Iluminação multicor
Aquecendo lindo ninho
Gurizada entusiasmada
Acenderam a lanterna
A música maravilhosa
Deixa a cena fraterna
Lanternas bem coloridas
Crianças muito exultantes
Subiu a chama do amor
Nada mais foi como antes
Um passeio pela escola
Todos em cantoria
Em cada canto deixando
Amor, paz e alegria
Seguindo a professora
Cada um para a sua sala
Apagaram a lanterna
E ganharam doce fala
Todos em silêncio
Foram para as casinhas
Levando no coração
O brilho das estrelinhas

Marta Azambuja (avó de Thato)
Recife, 01 de junho de 2014

Lendas de São João

Autor da obra: Militão dos Santos
Lendas de São João

"Eu vou, vou soltá foguete
Eu vou, vou soltá balão
Eu vou festejá São Pedro
Eu vou festejá São João
Diz que Santa Isabel
Disse a prima Maria
João vindo ao mundo
Lhe aviso no dia
Ao ver no meu rancho
Um grande clarão
E uma fogueira
Nasceu São João
Por isso que o mundo
Com muita razão
Assim festeja
O Senhor São João
Disse que São João foi dormir
E que só se acordou
No dia de Pedro
E São João se zangou
Pois tinha pedido
A santa família
Que lhe acordasse
Chegando o seu dia
Mas se ele saísse
Do sono profundo
Um grande incêndio
Acabava o mundo"

Luiz Gonzaga

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Dormir bem é preciso!

Autor da obra: Vladimir Volegov
Muitos pais não sabem mais o que fazer: os filhos “brigam” quase todo o dia com o sono. Depois, chegam à creche ou pré-escola sem vontade pra nada. É importante analisar a situação e ajudar os pais a superar esse problema, mesmo porque a falta das noites bem-dormidas atrapalha o desenvolvimento da criança pequena.
A concorrência é grande: celulares, tablets, TV… tudo fascina a criançada que, na hora de dormir, tem sempre algo mais a fazer e a noite passa a ser um “problema” para os pais, que não conseguem colocar os pequenos na cama, sem antes travar uma “batalha” de convencimento.
E a situação piora na adolescência, quando naturalmente o relógio biológico atrasa duas horas. Só que, no dia seguinte, a escola continua no mesmo horário. Ou seja, dormem pouco.
Essa rotina faz mal em qualquer idade. Para os bebês, atrapalha o amadurecimento das funções neurológicas. Crianças pequenas ficam mais agitadas e irritadas.
O sono é o momento em que tudo o que a criança vivenciou no dia é devidamente “armazenado”. Segundo especialistas, quem descansa menos de dez horas por noite é mais propenso a desenvolver problemas cognitivos e de comportamento na escola.
Também é durante o sono que os hormônios que regulam o apetite e o metabolismo da insulina são produzidos. Isso significa que dormir pouco pode levar ao diabetes e à obesidade na adolescência.
Mas, o que fazer para que a criança pequena vá pra cama na hora certa e tenha uma boa noite de sono? A primeira mudança na rotina tem de vir dos pais. Ter um horário determinado para cada coisa é essencial, porque regula também o relógio biológico.
No caso de bebês, é preciso colocá-los no berço sempre no mesmo horário. Banho, massagem, música baixa e tranquila ajudam a criar um clima. Os pais não devem permanecer no quarto com a criança por muito tempo. O ideal é sair pouco antes de o bebê dormir de fato. Assim, nas várias vezes que ele acordar à noite, não encontrar o pai ou a mãe do lado será algo natural.
Para crianças até oito anos, o horário ideal de ir pra cama é por volta das 19h. Depois desse tempo, elas voltam a ficar agitadas. Vale desacelerar a rotina um pouco antes desse horário, evitando atividades agitadas e situações de estresse.
Criar rituais para dormir também ajudam os pequenos a entrar no clima: escovar os dentes, fazer xixi, ler, dar boa noite…
Com estas dicas, você pode ajudar os pais a cuidarem melhor do sono de seus filhos que, mais descansados, vão aproveitar as atividades na escola com total disposição.
Artigo extraído em: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/dormir-bem-e-preciso-e-desde-pequeno/

sexta-feira, 30 de maio de 2014

A Festa da Lanterna


(Por Carmen Silvia Zietemann)
Atenção, abrir em uma nova janela. 

                Uma das épocas intensamente vivenciada pelas crianças do Maternal e Jardim de infância, em nossa Escola, é a Festa da lanterna que antecede a festa de São João.
No final do outono, quando as noites vão ficando mais longas e tanto a natureza como o próprio homem iniciam um impulso de contração, uma interiorização, as crianças da Educação Infantil começam a preparar-se para esta festa, cujo sentido está na imagem da busca da luz interior.
Durante várias semanas todo um clima propício é vivenciado nas classes, enquanto as professoras e crianças pintam, recortam e montam lanternas. São cantadas canções que falam de seu brilho e como ele ilumina o coração dos homens e afasta a escuridão.
A estória da “Menina da Lanterna” traz vários elementos de significado espiritual representados por cada personagem. E num todo o conto mostra a trajetória da alma humana em busca da consciência de si mesma, em busca da luz do Sol (Luz Crística) para sua transformação interior, abrindo caminhos ao doar-se.
Este conteúdo pode ser vivenciado pelas crianças como um belo conto de fadas num nível imaginativo e numa atmosfera de sonho.
Finalizada a peça, que é encenada no Teatro da escola, as famílias dirigem-se às classes, onde as lanternas são cerimoniosamente acesas e as crianças, familiares e professores, deixando o ambiente aconchegante das salas, dão inicio ao passeio. Pequenas procissões dos participantes, levando suas lanternas pela mão, iluminando os caminhos em total penumbra e cantando lindas canções.
De todos os cantos do jardim aparecem os grupos que, como cordões de vaga-lumes, se encontram, se cruzam, explorando os lugares mais escuros, formam rodas, passam por túneis formados pelos adultos, para finalmente voltarem aos seus lares.
O ideal é que esta atmosfera especial possa ter continuidade em casa! Que a última refeição do dia já esteja preparada em cada lar e as luzes não precisem ser acesas. As próprias lanternas iluminarão o ambiente, lembrando assim o clima do qual todos acabaram de sair, propiciando uma harmonia união familiar. Desta forma as crianças poderão dormir preenchidas pelas imagens da buscar da luz e da manutenção desta dentro de si. 
Doar esta luz tão especial será então um segundo passo que poderá transformar-se num impulso social na vida futura de cada um.


Fonte: Revista Nós, Época de São João, 2005, Escola Waldorf Rudolf Steiner, São Paulo/SP.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

SEMANA MUNDIAL DO BRINCAR (25 a 31 de Maio de 2014)

Brincar: a atividade mais séria da criança
Por Renate Keller Ignácio

Brincar, para a criança, é tão importante e sério como trabalhar é para o adulto. Ou mais até, porque dificilmente encontramos um adulto tão dedicado ao seu trabalho como a criança o é à sua brincadeira. O trabalho é dirigido de fora, pelas necessidades e metas dos adultos. Brincar brota de dentro da criança. Brincando, a criança imita o trabalho, os gestos do adulto. Assim, ela descobre o mundo. Ela vivencia suas leis sem fazer conceitos lógicos sobre elas. Quando ela brinca com água, experimenta como se formam as gotinhas e vê como o sol brilha nelas. Ou joga pedrinhas numa poça d\'água e acompanha os círculos concêntricos que vão se abrindo cada vez mais até chegar na beirada. Ou faz um barquinho de bambu ou de casca de árvore e fica alegre quando este flutua. Isto tudo para a criança é pura vivência.

Se o adulto tenta levar estas experiências à consciência da criança, formulando com ela leis básicas de física, ele estraga a brincadeira, afastando a criança da ação e do movimento e separando-a do mundo ao qual ela ainda está totalmente unida. A criança pequena é inteiramente força de vontade. Ela só quer agir, transformar, brincar. Nunca pára quieta.

Se o adulto apóia essa força de vontade, dando espaço para a criança brincar sadiamente, quando a criança se tornar adulta também terá vontade de agir e de transformar o mundo. Hoje em dia, muitas vezes só se dá valor à inteligência e, quando se pensa em educação, só se pensa em educação do pensar lógico. Mas o homem não é feito só de cabeça, ele também tem coração e membros. Ele não só pensa, como também sente e age. E, principalmente antes dos sete anos, podemos fortalecer a vontade de agir.

A necessidade de brincar é inserida no organismo da criança. Esse organismo, quando nasce, ainda não está pronto. Os órgãos estão apenas esboçados. O esqueleto ainda é maleável. Podemos sentir a moleira na cabeça do nenê, sinal de que ela ainda está aberta para as forças plasmadoras que estão formando o cérebro. Grandes forças vitais plasmam o organismo da criança, continuando e aperfeiçoando o trabalho que foi começado no útero materno. São forças da natureza que trabalham ritmicamente, num ritmo de dia e noite e de respiração (concentrando-se na inspiração e expandindo-se na expiração). Podemos imaginar essa força, também, como um artista cósmico que modela com grande sabedoria o organismo da criança. O trabalho desse "artista" está em grande parte terminado no sétimo ano de vida, quando a criança troca os dentes. Até os sete anos, tudo o que a criança faz tem como origem esse processo plasmador que está acontecendo em seu interior. Por isso, a criança não pode parar quieta e tem de brincar. Esse ato de brincar não possui finalidade lógica imposta de fora, mas segue os impulsos inconscientes que têm sua origem dentro do organismo.

Uma criança pode fazer uma casinha de panos, dali a pouco tira o pano da parede e embrulha nele o seu nenê para passear. Logo ela junta as cadeiras para formar um ônibus, mas, de repente, vê algumas pedrinhas no chão, que são os peixinhos que ela vai pescar. O barco é uma casca de coco. Quando a casca está cheia, despeja tudo no chão porque quer usar o coco como panelinha, enchendo-o novamente com serragem e pondo-o no fogão, que ela monta com pedacinhos de pau. Assim vai, sem nenhuma constância, pulando de um brinquedo para outro. Por isso, muitas vezes, os adultos não consideram que brincar seja uma atividade séria, ou então se assustam, achando que a criança começa tudo sem terminar nada. Mas, observando e estudando mais profundamente o que acontece com a criança antes dos sete anos, compreendemos que brincar é uma necessidade orgânica, e que a forma como a criança se expressa, e os brinquedos que damos para ela, têm uma profunda influência sobre o trabalho plasmador que ocorre no interior de seu organismo porque, ao mesmo tempo em que a criança está totalmente voltada para o seu interior, ela é aberta e muito sensível a tudo o que está ao seu redor. Forma, cor e decoração da sala, o tipo de brinquedos e tudo o que a criança vivencia em seu meio ambiente fazem-lhe impressões no sentido mais literal da palavra: imprimem-se em seu corpo físico e determinam saúde ou doença, para a vida toda.

A sala deve ser sempre aconchegante, quase como que abraçando a criança. Nunca como uma sala de aula ou sala de hospital, grande, branca, fria. Quando a criança entra na sala, ela deve ter o sentimento: "Esta é minha casa, como ela é bonita!" É muito bom quando a sala tem vários cantinhos separados por biombos ou cavaletes leves, cobertos por panos, onde as crianças podem se esconder, brincar de casinha e formar grupinhos menores. Os brinquedos devem ser os mais simples possíveis. Quanto mais simples for um brinquedo, mais a criança se tornará ativa em seu interior, em sua fantasia. Uma boneca, por exemplo, pode ser um pano de algodão amarrado no meio, para formar a cabeça, e dois nós, em duas pontas, como mãos. Quando a criança brinca com esta boneca, ela tem de fazer o esforço da fantasia, para imaginar os olhos, a boca, os cabelos etc. Ela conversa com a boneca e a faz chorar, rir, comer. Esse movimento interior da fantasia é tão importante para a criança como o movimento de seu corpo físico. Se déssemos uma boneca "perfeita", que pisca os olhos, tem um rosto bem definido, chora, anda, faz xixi "de verdade", é como se puséssemos então a fantasia da criança numa camisa-de-força, e ela se atrofia. Assim, também o ,corpo da criança se atrofia quando não se movimenta o suficiente. E certo que uma criança, com cinco ou seis anos, quer uma boneca um pouco mais requintada. Podemos então fazer uma boneca de pano para ;ela, com braços, pernas, roupas, cabelos e um rosto pintado ou bordado, talvez dois pontinhos indicando os olhos, outro a boca - de qualquer forma, sem expressão definida.

A boneca é a imagem do ser humano. A criança a imita e se identifica com ela. Sempre temos de ter isso em mente quando fazemos ou compramos uma boneca para ela. (*)

Existe o preconceito de que só as meninas devem brincar com boneca, e que os meninos já devem mostrar uma certa dureza, lutando com outros meninos, chutando bola ou brincando até com revólver, para mostrar que eles já são pequenos machos. Como é que vamos ter pais de família sensíveis e carinhosos se nós já pomos na cabeça dos meninos pequenos que carinho é coisa de mulher? Observei, muitas vezes, meninos pegando uma boneca escondidos dos outros e levando-a para um cantinho onde ninguém pudesse observá-los. Ali, então, ele brincava gostoso, conversava com a filhinha, dava mamadeira para ela, trocava a roupa dela,. e seus olhos brilhavam felizes. Mas se nessa hora alguém diz: "Que é isto? Menino brincando com boneca?", seu rosto se fecha e podemos observar uma grande decepção, que é compensada, depois, com brincadeiras brutas, "brincadeiras de meninos", agressões. O contrário também acontece: menina tem de ser toda delicadeza, não pode sujar-se, não pode correr, não pode trepar em árvores, nem soltar pipa etc. Ela tem de ficar em casa cuidando do serviço, logo cedo. Se compreendermos como o ato de brincar livremente com a fantasia é importante para o desenvolvimento do ser humano, independente de ser homem ou mulher, podemos ter uma idéia de como estes preconceitos são prejudiciais.

Fonte: "Criança Querida - O dia-a-dia das creches e jardim-de-infância" de Renate Keller Ignácio (páginas 25, 26, 27 e 28) - Editora Antroposófica

*Veja também: Evelyn Scheven: "Minha Querida Boneca".

SAIBA MAIS SOBRE A SEMANA MUNDIAL DO BRINCAR:

http://www.aliancapelainfancia.org.br/


segunda-feira, 10 de março de 2014

Reflexão sobre o Carnaval

Queridos Pais, Mães e Amigos e Amigas,

Iniciamos o ano letivo comemorando os festejos carnavalescos que nos contagiam e encantam com toda a riqueza cultural, característica do nosso país e, especificamente, da região do nordeste. 
Deparamo-nos, no entanto, com o distanciamento do conhecimento dos símbolos inerentes a esta festividade, sua história e sua relação com uma das festas Cristãs mais importante, a Páscoa.
Existem inúmeras informações sobre as origens históricas do carnaval. Porém, o que nos interessa é o que de fato, simbolicamente, a representa, em termos de alimento para a alma, com toda a magia que lhe é peculiar. 
É sempre bom lembrarmos que as crianças são “pura imitação”, e, assim, é fundamental que nós, adultos, possamos vivenciar cada época imbuídos dos significados e simbolismos que a permeia, tomando cuidado para que não entremos no automatismo do fazer porque todos fazem. O caminho para isso é entender o que está por trás de cada evento como este, sua relação com os fenômenos da natureza.
Nesse sentido, compartilhamos o texto do escritor Eduardo Amarantes que aborda, de forma bastante interessante, aspectos históricos e simbólicos do carnaval. Esperamos que o mesmo desperte, em cada pessoa que o leia, a vontade de aprofundar o seu conhecimento sobre a origem e o sentido das festas anuais celebradas em nossa escola.

Boa leitura!
Jardim alecrim Recife
Recife, 28 de fevereiro de 2014

Autor da Obra: Bajado


O Carnaval (Por Eduardo Amarante)

O Carnaval, mais conhecido no meio rural como Entrudo (introitus, entrada) é um rito de passagem de um tempo velho para um tempo novo. Teve a sua última forma expressa nas Saturnais romanas, que compreendiam um conjunto de ritos visando a expulsão das forças malignas do Inverno, em vista da renovação da natureza.

Trata-se, fundamentalmente, de uma cerimônia de purificação de fim de inverno (a morte que precede a vida) para dar início a um novo ciclo de fertilidade.

Originariamente, nessa ocasião acontecia um conjunto de ritos, tais como purgações, procissões mascaradas (as máscaras representam as almas dos mortos que apelam à vida, e a morte do Inverno), extinção e reactivação do fogo, com vista à destruição de tudo o que representava o tempo passado, para dar lugar, com o reavivar do fogo, à criação, à restauração das formas.

Estes dias de festa são caracterizados por uma licenciosidade sem malícia que funciona como uma catarse colectiva (abolição das formas, regresso ao caos, prenúncio de uma nova ordem, de um renascimento colectivo), onde se assiste à exteriorização da própria alegria. Nas aldeias de Portugal esta festa é “inteiramente espontânea e desorganizada. O trabalho é interrompido durante os três dias gordos, a ruptura com o quotidiano é total.

Em terras transmontanas, os festejos dos três dias de Entrudo correspondem às Bacanais de Março. Celebrizam-se pelas grandes comezainas, mascaradas e bailes.

O Carnaval é a expressão de antigos cultos agrários associados ao Sol. Em certas localidades queima-se ou mata-se o Meco, figura de palha que simboliza o Inverno ou a morte invernal da natureza. Desse modo, esta festividade aparece como vestígio remoto das cerimônias de purificação das forças malignas do Inverno, com vista à renovação da vegetação, cerimônias essas que, reforçamos, tiveram sua última forma de expressão nas Saturnais romanas.

Originariamente comportavam o sacrifício anual do Rei, que transparece nos actuais enterros do Entrudo nas suas várias formas, nas lutas do Verão e do Inverno, expulsões da Morte, etc., e caracterizavam-se pela sua total licenciosidade, prenunciando magicamente a alegria causada pela abundância que se adivinhava. O Carnaval mergulha a sua raiz mais funda numa cerimônia de carácter religioso em vista da fertilidade.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Criança sem horário certo para dormir tem mais problemas de comportamento

 
Imagem extraída em: elclubdelartelatino.blogspot.com


“Não há dor que o sono não consiga vencer." (Honoré de Balzac)

Uma criança que não tem horário certo para dormir pode apresentar um maior risco de problemas de comportamento e emocionais, como hiperatividade ou ansiedade. É o que indica um estudo britânico realizado com mais de 10.000 crianças e cujas conclusões foram publicadas nesta segunda-feira na revista Pediatrics.

No artigo, os autores explicam que horários irregulares para dormir, assim como dormir pouco, afetam de forma negativa o ciclo circadiano, ou relógio biológico, da criança. Ou seja, prejudica o ciclo responsável por gerenciar o funcionamento do corpo e por regular, por exemplo, o apetite, os horários de sono e o humor.

“Alterar constantemente a quantidade de horas em que você dorme por noite ou então ir para a cama em horários diferentes a cada dia é como bagunçar o seu relógio biológico. Isso impacta a forma como o seu corpo será capaz trabalhar no dia seguinte”, diz Yvonne Kelly, pesquisadora da University College London e coordenadora do estudo.

A nova pesquisa levou em consideração os dados de 10.230 crianças da Grã-Bretanha. Os hábitos relacionados ao sono dessas crianças — como o horário em que elas iam para a cama todos os dias ou quantas horas por noite elas dormiam — foram analisados quando elas tinham 3, 5 e 7 anos de idade. Os pesquisadores levaram em consideração apenas os hábitos cultivados de segunda a sexta-feira. Além disso, pais e professores dessas crianças responderam a questionários sobre o comportamento delas.

As conclusões do trabalho indicaram que as crianças que não tinham horário definido para dormir apresentavam mais chances de desenvolver problemas de comportamento ou emocionais do que aquelas que iam para a cama no mesmo horário todos os dias da semana. Esses problemas incluíam, por exemplo, tristeza, envolvimento em brigas com colegas e imprudência, além de hiperatividade e ansiedade.

Fonte: medplan.com.br
Artigo extraído em: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/crianca-sem-horario-certo-para-dormir-tem-mais-problemas-de-comportamento/

 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A televisão e o déficit de atenção


 Estudo comprova malefícios da TV no cérebro de crianças
 
Tirem as crianças da frente da TV. Pesquisadores descobriram que cada hora passada diante da televisão faz com que crianças em idade pré-escolar aumentem suas chances de desenvolver problemas de déficit  de atenção mais tarde.

Os resultados atestam que a TV pode diminuir os níveis de atenção das crianças e apóiam a recomendação da Academia  Americana de Pediatria, segundo a qual crianças com menos de dois anos  não devem assistir a programas de televisão.

“Existem milhares  de motivos para que as crianças não vejam TV. Estudos anteriores  mostraram que o hábito está associado a obesidade e agressividade  infantil”, afirma Dimitri Christakis, pesquisador do Centro Médico  Regional de Seattle. O resultado do estudo conduzido pelo doutor  Christakis foi divulgado na edição de abril da revista Pediatrics,  publicada pela Academia Americana de Pediatria.

Foram  pesquisadas 1.345 crianças de um a três anos de idade. De acordo com  informações fornecidas pelos pais, aproximadamente 36% das crianças de  um ano não assistiam nunca à TV, enquanto 37% assistiam de uma a duas  horas por dia e por isso possuíam um aumento de 10 a 20% de chances de  desenvolverem problemas de atenção. Nas crianças de três anos, apenas 7% não viam TV e 44% assistiam de uma a duas horas por dia. O resultado da pesquisa sugere que o hábito de ver TV superestimula e modifica o  desenvolvimento normal do cérebro de uma criança. Entre os riscos  encontrados estão dificuldade de concentração, impulsividade,  impaciência e confusão mental.

Os pesquisadores não se  preocuparam em saber que programas as crianças assistiam, pois, segundo  Christakis, o conteúdo não é o culpado pelos danos causados ao cérebro. O problema é a rápida superposição de elementos visuais, típica dos  programas de TV. “O cérebro de uma criança se desenvolve muito  rapidamente durante os primeiros três anos de vida. Ele está realmente  sendo ‘conectado’ neste tempo”, diz o pesquisador. O estímulo excessivo  durante este período em particular pode criar mecanismos danosos à mente da criança.

Fonte: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/deficit-de-atencao/